domingo, 25 de fevereiro de 2018

Ciro Gomes e a reconstrução do campo progressista sem o ex-presidente Lula



O presidenciável Ciro Gomes (PDT) compreendeu a necessidade de enfrentar o discurso de que a eleição sem a participação do ex-presidente Lula é golpe institucional. Ciro Gomes começa  a liderar o movimento político-institucional da construção da frente social progressista, que não acredita na participação do ex-presidente Lula no pleito eleitoral desse ano. O Partido Democrático Trabalhista e o Partido Comunista do Brasil não têm interesse em esperar que o Partido dos Trabalhadores indique o seu substituto interno para a candidatura presidencial do Lula.

O atual capital político-eleitoral do ex-presidente Lula é mais sentimento de saudosismo de parte do eleitorado brasileiro, sendo a região do Nordeste o principal foco do lulismo. O Partido dos Trabalhadores já compreendeu que o sentimento de solidariedade ao ex-presidente Lula nos movimentos sociais, em relação ao julgamento do processo do Lava-Jato, não tem ressonância entre os eleitores tradicionais lulistas, mesmo nos estratos econômicos mais pobres da sociedade civil. O cidadão-eleitor lulista lembra o cidadão-eleitor malufista que votava no seu líder por sua capacidade administrativa, em detrimento do julgamento das ações éticas e morais do seu candidato.

Na esquerda brasileira existe a cultura do confronto de teses, para ao final ter somente única tese hegemônica. O presidenciável Ciro Gomes (PDT) cansou de esperar pelo bom senso do ex-presidente Lula após o seu julgamento de segunda instância na Justiça Federal. Ciro Gomes acompanhou o sentimento reinante nos setores progressistas não-petistas, que já estariam cansados da demora na construção do fórum político-eleitoral do futuro candidato presidencial de centro-esquerda da política brasileira. A tese da não candidatura do ex-presidente Lula, já começa a se tornar majoritária na maioria dos partidos progressistas (PDT-PC do B) e até mesmo no Partido dos Trabalhadores.

Nos próximos dias teremos o surgimento da mesa de negociação do presidenciável Álvaro Dias (PODE) e a presidenciável Marina Silva (REDE), que será acompanha pelos partidos PHS, PPS e PV que estarão de olho  na repercussão positiva dessa provável aliança perante  a  opinião pública brasileira. O pedetista Ciro Gomes sabe do poder do estrago da coligação REDE-PODE numa fragmentação de três postulações presidenciais (PDT-PC do B-PT) no campo político de centro-esquerda. O ex-prefeito de São Paulo, o petista Fernando Haddad, já iniciou uma série de reuniões, com o presidenciável Ciro Gomes (PDT), para a construção do cenário político-eleitoral sem a candidatura presidencial do ex-presidente Lula. 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 25 de Fevereiro de 2018 


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